quinta-feira, dezembro 04, 2008

Um fim de semana à maneira...

Nunca uma semana durara tanto. É engraçado como o tempo pode ser relativo ao ponto de até aquelas pequenas tarefas que normalmente fazemos distraidamente as acharmos uma eternidade quando estamos ansiosamente à espera de algo. E aquela semana que precedeu o nosso primeiro fim de semana sem rei nem rock na capital durou e durou e durou... Como que se fosse movida a pilhas duracell...
Quando finalmente chegou a sexta, já pouca coisa coisa me faltava fazer do que planeara para receber a minha pequena. Já tinha o quarto impecavelmente limpo e arrumado bem como a casa de banho, já tinha redisposto a mobília para tornar o quarto mais acolhedor, já tinha escrito a dedicatória no livro "Um momento inesquecível" que lhe havia oferecido nos anos, já tinha achado a florista com as rosas mais bonitas da redondeza... Tudo o que faltava era mesmo a chegada da minha mais que tudo.
Naquele dia de trabalho, não houve grandes stresses e as horas sucederam-se lentamente e interminavelmente. Para o fim, já as contava de cinco em cinco minutos, e assim que chegou a hora pus-me a andar para casa com dois saltos. Jantei qualquer coisa à pressa, re-verifiquei o quarto e a casa e pus-me a andar para o oriente. Cheguei cedo e bem a tempo, e como já esperava aqueles minutos em que esperei pelo comboio recusavam-se a morrer e a dar o seu lugar aos que os seguiam. Quando finalmente chegou a hora da chegada... azar dos azares... anunciaram o atraso do comboio. Mais onze longos minutos a passar o peso de uma perna para a outra. Lembro-me que me entretive a trocar mensagens com ela, e de pensar o quão tolo aquilo era. Apenas onze minutos nos separavam, mas era como se não aguentássemos nem mais um à espera.
E então eis que finalmente chegou o já atrasado comboio. Toda uma semana a suster a respiração em antecipação àquele momento, que finalmente havia chegado. Vi-a antes mesmo de o comboio parar, e esperei pacientemente à porta a que se dirigia. Assim que saiu aprocheguei-me dela subrepticiamente e
meus amigos foi um abraço e um beijo que souberam a agua no deserto! Finalmente tinha-a nos meus braços, em Lisboa com um fim de semana prolongado à nossa frente. Deixei-me invadir pela felicidade! A espera valera a pena! Foi um daqueles momentos Zen que não se conseguem descrever em palavras e que todas as tentativas de o fazer acabam sempre por diminuir a realidade e por a tornar um pouco menos bela.
Rumámos a casa, onde tinha preparado uma pequena surpresa de recepção. Algo simples, apenas um presente de boas vindas mas que depois vim a saber que ela adorou. Deixei em cima da cama o livro com a dedicatória na capa, encimado por uma rosa vermelha fresquinha em cheiro e cor adornada com alguns salpicos de agua que realçavam a sua beleza. Por trás, a moldura com a nossa foto completava o cenário. Como disse, uma pequena surpresa, muito simples na sua essência.
Quando entrou, os seus doces lábios abriram-se num enorme sorriso que me deixou radiante. Pegou na flor e cheirou-a de olhos fechados. Passado um momento, pô-la de lado e pegou no livro. Verificou a capa, as primeiras paginas e a contra-capa. Virou-se para mim com o sorriso a desaparecer a olhos vistos e disse desconsoladamente "Ohh não escreves-te a dedicatória..."
Franzi as sobrancelhas, sorri-lhe carinhosamente e perguntei "Não?"
Voltou a olhar para o livro e desta vez voltou a dobra da capa. Imediatamente abriu-se num sorriso e murmurou algo como "alto testamento"...
Senti-me tocado com a felicidade que emanava dela e não parei de cirandar com a maquina fotográfica a gravar, qual abelha de volta da flor mais bela.
Naquele resto de dia, escolhi um filme enquanto ela desfez as malas e por fim acomodámos-nos a vê-lo.
Pois bem, eu gosto de ver um bom filme! Mas se for na sua companhia e o virmos juntinhos e com a respiração em uníssono então é muito melhor!
Acabou o filme mas permanecemos abraçados bem juntinhos ouvindo o coração um do outro, enlaçados em caricias e beijos pespegados de ternura. É como digo, são momentos impossíveis de descrever por palavras ou texto. Mesmo as memórias que ficam desses momentos, com o tempo vão perdendo a cor e os pormenores, mas quando vividos são momentos intensos e que nos fazem desejar que nunca mais acabem pois tudo o que possamos querer da vida está contido naquele momento. Bem pelo menos é o que achamos enquanto duram... Não os sei descrever de melhor forma.
Passado o que nos pareceu uma eternidade (e que na verdade foram apenas umas horas) desejámos as boas noites um ao outro e dormimos cada um para seu lado. Foi uma noite agitada, a moça acordou varias vezes sem sono, e de cada uma delas abracei-a longamente até que lhe chegasse o sono. Em nenhuma das vezes me importei nem um pouquinho por me ser interrompido o sono. Antes sentia vontade de dar graças por ainda a ter ao meu lado, e era como se saltasse de um sonho para outro.
Acordámos tarde na manha seguinte, e levantámos-nos ainda mais tarde prolongando a manha na cama até a hora de almoço. É-me impossível descrever como me sentia feliz por a ter a meu lado e por saber que assim se manteria ainda por tanto tempo. Sentia como que se o tempo tivesse parado, como que se o futuro não mais interessasse e tudo o que havia era presente. Aproveitamos aqueles dias intensamente! Não andámos a correr a tentar visitar e ver tudo em Lisboa, antes deixámos-nos guiar ao sabor do vento e dos apetites sabendo que tudo o que interessava era que nos mantivéssemos em comunhão um com o outro. Passámos pelas zonas da Baixa, Rossio, Marquês, Colombo, Belém mas sempre calmamente, sem pressas, de mãos dadas como que se em vez sermos nós a passar por todos aqueles lugares fossem antes os lugares que passavam por nós inundando-nos com a sua beleza, calma, historicidade ou vivacidade.
Como disse, o que mais me marcou neste fim de semana e aquilo que de facto o tornou inesquecível não foi o que fizemos, mas sim como o fizemos. Foi a intensidade com que vivemos e partilhámos todos os momentos que passámos a dois que fizeram deste fim de semana o melhor do ano.
Pondo de uma forma simplista foi embriagante ao ponto de apanharmos uma ressaca descomunal nos primeiros dias da semana que se lhe seguiu.
Tudo aquilo em que conseguia pensar nesses dias era na minha miúda e nos momentos que passámos juntos. Todo o tempo que ocupava com as coisas mundanas e habituais o achava sem significado quando comparadas ao fim de semana.

Numa frase, foi um fim de semana inebriante de paixão elevada ao expoente da loucura.
Ficará para sempre na minha memória como o primeiro!

3 Comments:

At 11:51 da tarde, Blogger Tânia Duarte said...

Tinha de ser a primeira a comentar este mega testamento.
Não tenho muito a dizer, o principal já te disse uma infinidade de vez. Eu Adoro-te, tu fazes de mim a miuda mais feliz do planeta.
Tu com a tua simplicidade consegues devolver-me um sorriso imaginável, um brilho nos olhos que irradia pura felicidade. Também já te disse que sem ti já nada me faz sentido.
Feliz foi a altura em que entraste na minha vida e me tens vindo a mostrar como existem coisas boas que merecem ser vividas.
Este fim de semana foi sem duvida o melhor do ano. Poder passar tres dias contigo livre de horas e sitios marcadas foi o melhor que podia acontecer. Pois assim, disfrutamos ainda mais este merecido fim de semana.
Esta experiencia fez-me desejar ainda mais o rapido passear de anos, para que em vez de tres dias, possa disfrutar de uma vida inteira ao teu lado.
E só eu sei o quanto me custou os dias que se seguiram. Nao foi facil sentir a tua ausencia. Tres dias bastaram para criar uma dependencia de ti, ou melhor, uma maior dependencia de ti.
Sentir-me especial para qlguém, quando esse alguém é especial para mim, é das melhores sensações que um ser humano pode ter.
Por isso e por tudo mais um obrigado do fundo deste coração que por ti bate fortemente.

Adoro.te :)

 
At 8:59 da tarde, Blogger Calíope said...

a pedido de muitas familias.....voltei a escrever ;)


sara

 
At 3:02 da tarde, Blogger Tânia Duarte said...

e já lá vão dois fins-de-semana à maneira :) aguarda-se ansiosamente o terceiro lol
por enquanto temos que nos contentar com uns fins-de-semanazitos de poucas horas :|

 

Enviar um comentário

<< Home